Acadêmicos aprovam oito trabalhos em evento internacional

No mês de setembro, os acadêmicos do curso de Agronomia Daniel Nunes Krum, Guilherme Guerin Munareto, Gustavo Lamana, Jéssica Santi Boff, Lenon Vaz, Nádia Mariane Mucha e Thaylana Souza aprovaram oito trabalhos completos e que serão capítulos do e-book do IV Congresso Sul Americano de Agricultura de Precisão e Máquinas Precisas. 

Os acadêmicos são do 4°, 6º, 8º e 10º semestres de Agronomia e desenvolvem projetos de iniciação científica sob orientação dos professores doutores Júlio Cesar Wincher Soares e Claiton Ruviaro sobre agricultura, pecuária (gestão de pastagens) e silvicultura digital, utilizando ferramentas de mapeamento digital de solos, como: posicionamento por satélites, geoestatística, funções de pedotransferência, simulações espaciais, álgebra de mapas, dentre outras. Os estudantes pesquisaram a fertilidade física e química dos solos, sequestro de carbono, levantamento de solos, manejo e conservação dos solos e da água.

As pesquisas foram apoiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Programa Institucional de Iniciação Científica (PIIC – URI), Polo de Modernização Tecnológica do Vale do Jaguari (PMTVJ) e Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT).

Conforme o professor Júlio, que também faz parte do comitê científico do evento, o congresso terá como tema central “Agricultura Digital: Inovação para a eficiência e a preservação da produtividade” e será realizado nos dias 26 e 27 de setembro, no município de Não-Me-Toque, Rio Grande do Sul. Espera-se um grande público entre professores, pesquisadores e extensionistas, profissionais da iniciativa privada, estudantes de graduação, pós-graduação e agricultores do Brasil, Alemanha, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.

Saiba mais sobre o evento

O grupo de pesquisa dedica os trabalhos ao colaborador Paulo Eraldo Ferreira do Carmo, que trabalhava na URI Santiago e faleceu na última semana. Paulo também era Biólogo e acadêmico de Pedagogia e estava desenvolvendo ferramentas pedagógicas para a conscientização sobre a importância dos solos para o ensino médio e fundamental.

 

Metodologia para avaliação de condições ambientais pela análise do mel de abelhas sem ferrão – Jataí

Autor: Dr. Marcelo Marques Tusi

 

A apicultura apresenta grande destaque na Região Sul do Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2015, foram produzidas 4,96 mil toneladas de mel no Rio Grande do Sul, sendo o segundo maior produtor brasileiro. Na cidade de Santiago, no mesmo ano, foram produzidos 66.725 kg de mel, enquanto Jaguari foi responsável pela produção de 46.144 kg.
Neste contexto, no ano de 2014, a URI Câmpus de Santiago iniciou estudos para avaliar as propriedades de amostras de méis de abelhas africanizadas (Apis mellifera) produzidas no Rio Grande do Sul. Nesta fase inicial, foram estudados méis de onze municípios do Rio Grande do Sul, avaliando propriedades físico-químicas e microbiológicas. No ano de 2016, deu-se início a uma nova fase na pesquisa relacionada a méis: avaliar as propriedades de méis de meliponíneos, também denominados abelhas nativas ou abelhas sem-ferrão. Tais abelhas produtoras de mel, conhecidas como “Meliponas” (Apidae, Meliponinae), já existiam no continente antes da chegada da abelha estrangeira Apis mellifera L. Nas regiões tropicais e subtropicais existem mais de 400 espécies descritas de abelhas sociais que podem produzir mel.
Tais abelhas são dóceis, de fácil manejo e necessitam de pouco investimento para a sua criação. As abelhas meliponíneas que podem ser encontradas no Brasil são as espécies borá (Tetragona clavicepes), jataí (Tetragonisca angustula), jandaíra (Melipona subnitida), mandaçaia (Melipona quadrifasciata), mirins (Plebéia sp) e uruçu nordestina (Melipona scutellaris).
Os meliponíneos são responsáveis por 30% a 90% da reprodução das plantas nas florestas tropicais por meio de polinização e fecundação cruzada.
A Tetragonisca angustula é um meliponíneo de pequeno porte, popularmente conhecida como Jataí. Esta abelha possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo naturalmente nos Estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Há duas subespécies de T. angustula identificadas como T. angustula Latreille (com mesocoxa preta) e T. angustula Fiebrigi (com mesocoxa amarela). Esta última é restrita ao sul do Brasil, Paraguai e províncias do nordeste da Argentina, incluindo Misiones, Chaco, Formosa e Corrientes. Tais abelhas são menores que as abelhas Apis mellifera, com asas mais curtas. Elas constroem pequenos ninhos em cavidades de árvores ou galhos e também em partes subterrâneas. As abelhas jataí são facilmente adaptáveis e bastante mansas, podendo ser criadas em áreas rurais ou urbanas. Como não apresentam ferrão, seu manejo é mais fácil, dispensando o uso de equipamentos de proteção e viabilizando o emprego de mão de obra familiar. Colônias fortes de abelhas jataí podem fornecer entre 0,5 e 1,5 L/ano de mel. Assim, apesar de a quantidade produzida por colônia ser baixa, é muito apreciado, pois seu sabor é peculiar. O mel de Tetragonisca angustula é mais líquido comparado ao mel de abelhas do gênero Apis e é mais rapidamente absorvido pela pele.
Apresenta efeitos imunológico, anti-inflamatório, analgésico, sedativo, expectorante, hipossensibilizador e antibacteriano. A composição do mel é muito variável uma vez que depende não só da sua origem floral e da espécie de abelhas que o fabricam como também das condições ambientais da zona onde é produzido (tipo de solo e clima) e do
modo como é recolhido e posteriormente processado.
Assim, levando em conta as características das abelhas sem-ferrão e da relação da composição do mel com as condições ambientais do local de produção, o referido projeto visa desenvolver uma metodologia para utilizar o mel de abelhas sem-ferrão, Jataí (Tetragonisca angustula), como um indicador de condições ambientais nas zonas urbana e rural. Para tanto, serão analisados parâmetros físico-químicos (umidade, pH, acidez, atividade diastásica, condutividade elétrica, teor de cinzas entre outros), microbiológicos (contaminações por microorganismos como, por exemplo, Clostridium botulinum, Escherichia coli bem como fungos, bolores e leveduras), e avaliar a presença de metais e defensivos agrícolas nos méis.
Para que a URI – Câmpus de Santiago possa realizar as referidas ações, tem se montado uma infraestrutura que vai desde a criação e multiplicação de enxames e rainhas (Apiário Modelo da URI) até a modernização de laboratórios para análises das amostras de mel. Tais instalações são construídas com recursos advindos da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul e da URI. A captação destes recursos se dá por meio de editais próprios destinados aos pólos gaúchos, neste caso, o Pólo de Modernização Tecnológica do Vale do Jaguari.
Além de desenvolver uma metodologia de avaliação ambiental utilizando o mel de abelhas Jataí como indicador ambiental, o projeto também visa divulgar as vantagens da Meliponicultura e capacitar produtores da Região do Vale do Jaguari para o desenvolvimento da atividade na região. Tais iniciativas mostram que Santiago está em consonância com outros grandes centros brasileiros.
Em Curitiba – PR, por exemplo, serão implantados no mês de setembro os chamados Jardins de Mel de forma a estimular a presença de abelhas sem- ferrão, responsáveis por boa parte do cultivo agrícola e disseminação de árvores nativas. O projeto prevê o plantio de espécies melíferas e a distribuição de caixas de meliponíneos em diversos parques da cidade.

Entrega de resultado de projeto ocorreu neste mês, destacando cada vez mais a URI como instituição comunitária, inserida na comunidade.

foto prefeito
Diretor geral, Francisco Assis Gorski, prefeito Tiago Gorski Lacerda, Gestor do Polo Tecnológico, professor Clovis Fernando Bem Brum e Secretario de Obras, Haroldo Rios Pouey.

A URI Santiago desenvolveu o projeto Desenvolvimento e Aplicação Piloto de um Cadastro Territorial Multifinalitário Rural Georreferenciado, através do Polo de Modernização Tecnológico (PMTVJ), em convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do RS (SDECT).

Coordenado pelo professor Attus Pereira Moreira, o mesmo trouxe um valor de mais de R$ 623 mil em equipamentos para o laboratório de Topografia e Geodésia, ocupado pelos cursos de Agronomia e Arquitetura e Urbanismo, tendo uma contrapartida da universidade no valor de R$ 188 mil.

No dia sete de março, o diretor geral da URI – Santiago, professor Francisco Assis Gorski, junto do Gestor do Polo, o geólogo Clovis Fernando Ben Brum, professor da universidade, realizaram a entrega oficial do mapa final do perímetro do município de Santiago, em formato dwg (CAD), contendo dados georreferenciados do levantamento cadastral fornecido pela prefeitura, além do mapa com a tabela de atributos, a ficha de ocupação e descrição de cada ponto com as fotos de cada vértice devidamente materializado e identificado.

Segundo o professor Clovis, o projeto, com o objetivo geral de desenvolver e aplicar em uma área piloto de aproximadamente 1.500 ha localizada no Vale do Jaguari um Cadastro Técnico Multifinalitário Rural Georreferenciado (CTMRG), tinha dentre outras, a meta de realizar a demarcação e o mapeamento do perímetro urbano do município de Santiago, colocando nos vértices marcos de concreto com as coordenadas precisas de cada um.

Evento Dia da Conservação do Solo teve ampla programação

Evento contou com curso, visita, palestra e jantar

A URI Santiago promoveu evento relativo ao Dia da Conservação do Solo na segunda-feira (19), sendo um evento realizado junto da Sociedade dos Engenheiros, Arquitetos, Agrônomos e Geólogos de Santiago (SEAGROS), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), do curso de Agronomia e do Polo de Modernização Tecnológica Vale do Jaguari.
A programação estendeu-se ao longo do dia, iniciando com o curso de Geotecnologias Aplicadas ao Manejo e Conservação do Solo, ministrado pelo professor doutor da universidade Júlio Cesar Wincher Soares. Posteriormente, os participantes do curso, acompanhados por bolsistas do curso de Agronomia, visitaram trincheiras de solos representativos da Fronteira Oeste e do Vale do Jaguari.
No turno da noite, o professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e membro do corpo editorial da Revista Brasileira de Ciência do Solo, Dr. Douglas Rodrigo Kaiser, ministrou palestra sobre Manejo e Conservação do Solo e da Água, no salão de atos. A palestra foi seguida por um jantar na AFURIS.
Na abertura da palestra, fizeram parte da mesa de honra o diretor administrativo do câmpus, professor Jorge Padilha dos Santos, o coordenador do curso de Agronomia, professor Claiton Ruviaro e o gestor do Polo de Modernização Tecnológica e presidente da SEAGROS, Clovis Brum.
A plateia esteve composta por engenheiros agrônomos e florestais, geólogos, geógrafos, técnicos agrícolas e estudantes de Agronomia da URI e demais instituições de ensino técnico e superior da região.
O Dia Nacional da Conservação do Solo é celebrado em 15 de abril.